A VIDA ÍNTIMA DOS POETAS
Thiago Ponce de Moraes
O que você gostaria de ser se não fosse poeta?
Yogue
Quando você era criança, tinha mais medo de palhaço ou do Papai Noel?
Do palhaço
Como foi a sua primeira vez?
Como a de todos: saindo do caderno de caligrafia para o caderno em pauta
Qual a cor da parede do seu banheiro? Foi você que escolheu? Por quê?
Branca. Não. Minha casa me é alheia.
Você usa condicionador ou apenas lava com shampoo?
Dada a quantidade rarefeita de fios, só o shampoo já resolve.
Qual o seu mestre espiritual?
São dois: Fernando Pessoa e Paul Celan.
O que não pode faltar na sua geladeira?
Água.
Qual a sua dica para manter a forma?
Escrever sonetos alexandrinos faz suar...
Você lambe o recheio da bolacha recheada?
Aqui no Rio não comemos bolachas; comemos biscoitos!
Como seria o réveillon dos seus sonhos?
Se fosse a cada fim de mês já seria sonho.
Existe ouro no final do arco-íris?
No final do arco-íris nem o arco-íris sobra.
Qual instituição de caridade você ajudaria se ganhasse R$ 1 milhão no Big Brother? Ajudaria a instituir a minha própria vida, isso sim.
Chico Xavier ou Chico Buarque?
Chico Buarque letrista.
Qual o modelito perfeito para o lançamento de um livro?
Algo confortável e arejado para o calor e para o exercício da dedicatória
Qual seria o seu discurso se ganhasse o Prêmio Nobel? E o Jabuti?
Para o Nobel diria como Celan: poemas são presentes para atentos, presentes que carregam consigo um destino. Para o Jabuti diria como Bartleby: preferiria não fazê-lo.
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